“Primeiro, todos queremos ser iguais. Depois, todos lutamos para ser diferentes.”
Não me consigo lembrar onde li esta expressão, e por isso não posso dar crédito a quem o merece, mas sei que nunca mais a esqueci depois de a ler. Porque é verdade, não é? Para mim foi, pelo menos. Entrei na escola primária já com a sensação que não me iria nunca enquadrar. Que palavra feia – enquadrar. Transformar num quadrado, forçar algo a tornar-se quadrado. É o que fazemos, enquadramo-nos, porque nem todos somos fortes o suficiente para lidarmos com as consequências de não o fazer. Então diminuímo-nos, limamos arestas, compensamos por algo que não tínhamos e voilá – um quadrado.
Só que ser um quadrado no meio de quadrados só nos faz sentir bem durante um tempo, enquanto fingimos que o mais importante é ser igual, não chamar a atenção. Aliás, enquanto acreditamos que o mais importante é ser igual, não chamar a atenção. E é verdade que ser aceite pode ser a melhor sensação do mundo, mas só quando o és pelas pessoas certas, aqueles que te vêm verdadeiramente. Aqueles para os quais até podes ser um hexágono, que eles não se importam, desde que sejas feliz.
É cliché o que estou a dizer? Já todos sabem isto? Ainda bem, agora só falta pôr em prática. Porque eu sei isto, até estou a escrevê-lo e a apregoá-lo, mas nem sempre me lembro de o fazer. É difícil quebrar um padrão de insegurança, e é aí que aqueles que nunca tiveram vergonha de ser diferentes têm já vantagem – não desperdiçaram tempo a tentar ser quadrados e, por isso, não têm de voltar a descobrir quem são, porque nunca deixaram de o saber. Agora, eu? Ainda me apanho a questionar se deveria discordar, reclamar, discutir ou dar uma opinião que não sei se vai ser partilhada por outras pessoas. Infelizmente, por vezes, ainda não consigo evitar procurar por aprovação. Ainda tenho um bocado de quadrado em mim, mas cada vez menos.
Sabem porque é que falo disto? Porque, no final da minha vida, quando o tempo estiver a acabar, quando não houver mais oportunidades de refazer, corrigir ou mudar, eu sei que não vou dizer que lamento não ter feito mais daquilo que os outros queriam que eu fizesse. Todos são capazes de afirmar, sem dúvida alguma, que vivemos num mundo de aparências, mas isso não deveria ser dito de forma leviana. Devia custar, devia ser dito com tristeza, com pena, como um lamento por assim o ser. Quão triste é que, num mundo de 7 biliões de pessoas, milhões de quilómetros quadrados, seis continentes e cinco oceanos, nos preocupemos com o que a D. Luísa do 3.º esquerdo dirá, ou pensará durante um fragmento insignificante na vida dela, e mais insignificante ainda na vossa?
Não vou ser hipócrita, até porque sofro do mesmo, ainda que me esteja a esforçar bastante para me curar dessa enfermidade. Este é só um desabafo de alguém que tem muita pena por não ter nascido a tempo de crescer num mundo de pentágonos, círculos, triângulos e quadrados felizes na sua diferença, mas que está radiante por ver que para aí caminha.
Para aqueles que a diferença não os exclui, mas que pode fazê-los sentir-se excluídos, neste mundo enormemente fantástico vai sempre existir uma forma de se encontrarem naquilo que são diferentes. Por exemplo, quem disse que ter diabetes significa ter de invejar os outros, enquanto estes devoram um bolo de chocolate delicioso? Ninguém, e por isso aqui está, um bolo para comer em ocasiões especiais, como parte de uma alimentação saudável e equilibrada, que ganhou muitos fãs aqui em casa.
Ingredientes:
Bolo
- 80g de miolo de amêndoa moída
- 3 colheres de chá (cheias) de cacau magro em pó
- 1 colher de chá de fermento
- 3 ovos
- 80g de açúcar branco fino
- 1 colher de chá de extrato de baunilha
- 50ml de óleo de girassol
- 100g de iogurte grego
Cobertura
- 50g de chocolate de culinária 70% cacau
- 1 colher de chá (cheia) de açúcar branco fino, ou o equivalente em stévia
- 100g de iogurte grego
Preparação:
- Deitem duas colheres de chá de óleo de girassol numa forma, e espalhem com um pincel. Depois, forrem o fundo com papel vegetal.
- Vão precisar de três taças. Numa, peneirem a amêndoa moída, o cacau e o fermento juntos. Noutra (a maior), batam as gemas dos ovos durante um minuto e, depois, adicionem o açúcar fino, o extrato de baunilha e o óleo de girassol. Batam bem. Adicionem o iogurte grego e continuem a bater até estar bem misturado. Na última taça, batam as claras em castelo.
- Adicionem a mistura de miolo de amêndoa à mistura das gemas e batam bem. Por fim, adicionem as claras em castelo e misturem até ficar homogéneo.
- Deitem na forma e levem ao forno a 180º, durante cerca de 20 minutos. Depois de pronto, deixem-no arrefecer durante 10 minutos antes de desenformar.
- Para a cobertura, derretam o chocolate partido em pedaços com o açúcar em banho-maria (em lume médio e a taça não deve tocar na água). Mexam até o chocolate estar derretido e o açúcar dissolvido, tirem do lume e juntem o iogurte grego. Podem cobrir logo o bolo.
Mais uma vez, é importante salientar que estes pequenos prazeres devem ser incluídos numa alimentação equilibrada.
[user_id]Aproveitem!
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