Depois de todas as notícias recentes e entendendo o dia de ontem como o dia com mais incêndios em todo o país a pergunta que fazemos é que mundo vamos deixar para os nossos filhos e gerações vindouras?
Que mundo?
Dá que pensar esta questão até porque somos nós que ajudamos a construir o mundo que vamos deixar para os nossos filhos… Com os nossos ensinamentos e com a educação dos adultos as crianças são formadas e instruídas assim, de que modo podemos ajudar a construir um mundo melhor para os nossos filhos e netos?
Explicar os incêndios
Acredito que devemos explicar aos nossos filhos o que passou e tem passado verão após verão… Podemos explicar de que modo os incêndios são prejudiciais para o planeta e também para eles próprios, claro que o discurso deve ser adaptado ao seu entendimento e à sua idade mas não devemos deixar passar em branco esta questão.
Podemos mesmo começar por explicar porque o céu está tão escuro e porque é que o sol não se vê. E depois daí explicar a questão dos incêndios:
- como surgem;
- como são combatidos;
- de que forma podemos ajudar os bombeiros;
- de que forma podemos apoiar quem perdeu as suas casas animais, etc.;
- o que podemos fazer para prevenir?
Podemos até aproveitar para explicar ao nosso filho(a) o que se faz numa situação de emergência. É muito importante as crianças saberem o que fazer e a quem pedir ajuda.
Prevenção
Acima de tudo e de procurar culpados penso que o importante para passar às crianças é a prevenção! O que fazer para no futuro haver menos incêndios, até lhes podemos mesmo colocar esta questão e ver quais as soluções que as suas cabeçinhas pensam para esta questão.
Depois devemos nós conversar sobre a forma de prevenir incêndios e acima de tudo o respeito pela mãe natureza. Este respeito tem que ser praticado por nós pois é mais que sabido que as crianças imitam mais o nossos comportamentos do que aquilo que dizemos por isso a prática do “faz aquilo que te digo mas não o que faço” é impossível com crianças. O respeito pela natureza começa em nós em família.
Bébéu
A Equipa Bébéu quer transmitir todo o apoio e sentimentos a quem perdeu alguém nos incêndios. Muita força para todos! Estamos sem palavras sem… E um agradecimento especial a todos os que ajudam a combater os incêndios ontem e sempre!
“Cada ação tem uma reação e não precisamos de dominar os campos da Física para percebermos que os nossos atos têm consequências. Só com alterações nos nossos hábitos e estilos de vida, e ao ensinarmos na primeira pessoa as gerações vindouras a respeitar a Mãe Natureza, podemos combater as alterações climatéricas. Agora, que o efeito das calotes a derreter se fez sentir nos nossos quintais é altura de repensar as nossas posições e aquilo que damos como garantido. É este o mundo que deixamos aos nossos filhos?” Carla Ximenes
“Há pessoas que, não se conseguindo livrar do seu próprio inferno pessoal, tiram prazer doentio em criá-lo na Terra. Que nem filhos insidiosos e desleais, não sentem remorsos por fazer os seus irmãos sofrer ou por ver a sua Mãe a definhar, aos poucos e poucos. Outros, que ignoram os gritos de ajuda daqueles que denunciam as calamidades que pensam ser já impossíveis de menosprezar, fecham os olhos, acreditando não ser parte do problema. Mas são.” Isabel Costa
“Ontem andei a ajudar nos incêndios em Gondomar e hoje não consigo ainda escrever muito sobre isto por isso aconselho a lerem estas publicações e ajudarem os Bombeiros da maneira que puderem.” Mariana Lemos Martins
“Este é um Momento de Ação mas também de Reflexão urgente, que não pode mais ser adiada! Estamos num país que precisa de rever delicadamente a sua saúde mental, os interesses económicos, o sistema educacional, a proteção e educação ambiental… Portugal precisa rever e transformar todos os seus calotes e prioridades!” Carolina Vilano de Carvalho
“Mãe se as florestas são os grandes pulmões do nosso planeta, porque é que os homens continuam a destruir a terra? Quando é que vão parar de estragar a casa dos animais que vivem na floresta?
Sabes Clarisse este fim de semana, fiz uma viagem em que estava escuro, cinzento muito fumo por todo o lado, senti que os meus pais estavam em silêncio porque estavam com medo! Sabias que há pessoas más que pegam fogo ãs árvores, porque a seguir as vendem e ganham muito dinheiro! Hoje estou muito triste pois sei que a mãe natureza está triste e doente… será que não podemos enviar amor a mãe terra, para que ela recupere das suas perdas? Vamos também enviar amor aos “maus” para que eles parem e fiquem pessoas boas!
Hoje foi assim… grata porque tenho a oportunidade de tocar e pertencer a uma tribo de corações pequeninos, de mãos pequeninas mas conetados ao consciente coletivo, com vontade de viver num mundo melhor! Se depender dos seus desejos soprados hoje… amanhã será diferente!” Clarisse Silveira
“AS ÁRVORES JÁ LÁ ESTAVAM QUANDO NASCESTE! Tive a sorte de crescer num sítio com árvores grandes e verdinhas. Já brinquei à sombra delas, trepei, andei de baloiço; já as enfeitei para as nossas festas, comi os seus frutos. Em frente à casa da minha família havia um medronheiro. Sempre lá esteve… nasceu antes de mim. Todos os anos nos pintava o caminho de vermelho; era necessário contornar os medronhos para não os pisar… mas também gostávamos de os comer. Esta noite o fogo passou e queimou a natureza, as culturas, assustou de morte quem lá vivia, destruiu o trabalho e o ganha pão de muita gente e ameaçou as nossas casas. Quando voltar lá, tristemente só vou encontrar cinza. É urgente investir na educação e sensibilização de cidadãos que saibam viver, sustentavelmente, no mundo onde nasceram, sem precisar de o destruir” Sara Figueiredo
“É urgente sensibilizar toda a população, inclusive as crianças, para a importância da protecção das florestas e matas, da limpeza dos terrenos e da recolha de lixo durante os piqueniques para que assim seja possível uma maior prevenção contra os incêndios. Se todos dermos as mãos em prol de um mesmo objectivo a sua concretização estará facilitada. De mãos dadas na luta contra os incêndios.” Isabel Cunha
“É verdade que muito do que deve e qu possa ser feito pelas entidades competentes, e a negligência na prevenção, está a vista de todos, hoje mais do que nunca. É impossível vivermos este flagelo há tantos tantos anos e continuarmos sem implementar medidas. Mas acima de tudo, é importante ter sempre presente que a atitude de Todos começa com a nossa própria atitude.” Catarina Fernandes
“Querido minorca, compreendo que tenhas ficado assustado. O cheiro, as cinzas, o forte trepidar lá ao longe, as notícias que chegam pela TV. Sabes? Nasci num sítio tão lindo e tão especial. No meu Alentejo o respeito pela natureza é lei. Os pássaros cantam pela manhã, o galo acorda toda a gente, as vacas descansam nos campos sem medo, as ovelhas bebem dos riachos. Também ficaria assustada se visse o que viste, se cheirasse o que cheiraste…O FOGO MAU dominou tudo à tua volta. Tudo menos uma coisa: o amor que tens no teu coração, o abraço que podes dar e receber, a música que podes ouvir, as palavras que podes dizer. NUNCA TE CALES perante as injustiças que vires ao teu redor, nunca permitas que desrespeitem a natureza, nunca vires as costas aos problemas. Todos juntos podemos fazer renascer as árvores, a vegetação, mas acima de tudo…os VALORES que parecem estar esquecidos. Conto contigo?!?” Cláudia Barriguinha
“É preciso agir! É urgente! Não basta lamentar o que tem acontecido…
O que podemos fazer, na prática, para contribuir para que estas situações desapareçam em vez de se tornarem comuns?
São pequenos gestos, mas que podem fazer a diferença…
– Apoia a agricultura portuguesa! Quanto mais terrenos estiverem a ser cuidados, menos terrenos haverá “a monte” prontos a ser consumidos pelos fogos.
– Visita parques, florestas, Natureza…com os teus filhos e ensina-os a amar e respeitar todos os seres que lá habitam! Ensina-lhes a importância destes espaços!
– Denuncia! Reclama! Exige! Se que vires lixo despejado num qualquer terreno, se vires um terreno que não está limpo como devia…se alguma coisa que não está bem!
Não esperes que alguém faça por ti! Depende de todos nós!” Diana Pereira“Que se encontrem meios, novas ideias. É necessário todos pensarmos como dar a volta a tanta corrupção e criminalidade impune. Temos de voltar à base..árvores, animais, pessoas são do mais valioso que temos. Cabe a todos cuidar..Canalizemos energias para uma mudança deste cenário.“ Ana Maria Pereira
“Olá a todos, se tens um terreno, informa te na tua Junta ou Câmara e vê qual a melhor escolha de árvores, em caso de incêndio as árvores protegem e não ardem. Devemos manter uma plantação diversificada. Se vais a um local onde vês que há lixo, ou se fica ao pé de tua casa uma mata não limpa, junta amigos ou família, e limpa a mata, não importa de quem seria a responsabilidade, importa que aquele ecossistema que mantém o teu o nosso ar limpo, que protege a tua casa a tua família os teus animais, se mantenha protegido. Nunca deixes os teus patudos para trás, nem vizinhos, somos um todo não somos a unidade.
E agora é tempo de ajudar a limpar o que queimou para não voltar a arder, e pedir todos os subsídios que hajam nas câmaras para reconstruir o que foi destruído, não te fiques, não aceites meias respostas, junta te com outros, e exige sim, o direito pelo que te levaram!” Helena Garcia“RESPEITO, CONSIDERAÇÃO e GRATIDÃO. Devemos tudo isto e muito mais à mãe natureza. Estamos cá de passagem. Uma breve passagem. Mas será de facto este o país, o planeta que queremos deixar às gerações seguinte? Um planeta doente e destruído? Já vimos por diversas vezes que conseguimos coisas fantásticas quando nos unimos. Mas porque motivo muitas vezes só nos mobilizamos depois da tragédia? Depois da desgraça? A quantas tragédias mais vamos passivamente assistir até que se tomem medidas? CHEGA!
PREVENÇÃO e SENSIBILIZAÇÃO terão de ser obrigatoriamente palavras de ordem. Façamos o luto, mostremos respeito pelos que partiram e pelos que tudo perderam. Mas não podemos ficar por aqui. É necessário reflectir, é necessário agir. Hoje por nós, amanhã pelos nossos filhos e netos.” Raquel Pinto“Planeta Terra,
Portugal, 16 de Outubro de 2017
Ao meu filho Rafael, à minha afilhada Iara, à Carolina, à Bia, à Maria, ao Pedro, à Maria, ao Lourenço, ao Tiago, ao Francisquinho, à Bia, ao Quico, ao Gabriel, ao Tomás, ao Afonso e a todas as outras crianças de Portugal.
Vivemos num planeta chamado Planeta Terra que faz parte de um Sistema Solar com mais sete planetas onde, até onde alcança o nosso conhecimento actual, não é possível “respirar”.
Talvez daqui a 10, 20, 30 ou 100 anos, quando lerem este texto, estejam confortavelmente sentados em Marte ou Júpiter a folhear um livro de “História” ou de “Ciências” incrédulos com tamanho disparate! Mas sim, é verdade: no ano de 2017 ainda só é possível viver (respirar) no “Planeta Terra”! Este maravilhoso planeta, composto por grandes oceanos, grandes continentes, dois pólos gelados e florestas repletas de vegetação que são, ou eram, o pulmão do planeta.
Durante centenas de anos, nós, humanos, coexistimos no planeta terra ao lado de animais e plantas e fazíamos parte de um delicado ecossistema que era necessário preservar.
Infelizmente, nós, humanos, nem sempre cuidamos bem do nosso planeta! Durante o ano de 2017, em Portugal, ocorreram inúmeros incêndios florestais, fruto de uma conjugação de factores que “certamente” serão objecto de estudo durante largos anos e que “certamente” levarão a uma alteração das políticas florestais, da legislação e das consciências!
Digo “certamente” porque parece-me impossível, impensável e inconsequente não tirar ilações, conclusões e lições dos incêndios que assolaram o nosso país! Perderam-se hectares de florestas, arderam casas, morreram pessoas e animais… separaram-se famílias, fecharam-se empresas, fizeram-se contas aos prejuízos materiais… e o ar… bem… o ar ficou irrespirável… sim, irrespirável…
O céu azul deu lugar a uma nuvem gigante de fumo por onde o sol vermelho dos incêndios tentava espreitar… Quando caiu a noite a lua teve medo de aparecer… o céu estava iluminado pelo vermelho do fogo e ouviam-se os gritos das pessoas que tudo perdiam enquanto o fogo avançava impiedoso…
Ontem quando saí de casa caíram gotas pretas do céu… pretas, sim… pretas como a fuligem dos incêndios… as nuvens, envergonhadas, tentaram aparecer e lentamente largaram algumas gotas de chuva… mas as gotas, quais heroínas à espera da sua glória, cedo foram travadas pelo fumo e quando chegaram “cá abaixo” também elas vinham carregadas de tristeza…
E é este o estado do nosso país hoje… tudo é triste… tudo cheira a queimado… tudo ardeu…!
Os responsáveis… bem… os responsáveis somos todos nós, humanos, que não soubemos preservar o Planeta Terra que por isso se tornou irrespirável como os outros sete planetas…
Por isso te peço, filho, e por isso vos peço, crianças, quando lerem este texto pensem neste passado longínquo e tratem bem desse novo planeta onde agora já se respira….
Com amor, mãe.” Joana Alves
“Somos parte de um todo maior que nós.
Todas as nossas decisões têm impacto na vida de todos os seres que habitam na terra.
A mudança para um planeta com mais equilíbrio está nas nossas mãos e pode fazer-se através de uma maior consciência.
Talvez hoje, estas palavras não te façam sentido mas desejo que a semente de um mundo melhor fique a vibrar no bonito adulto que te tornarás.” Rui A. Cardoso“É urgente e muito importante sensibilizar as crianças para a preservação da natureza, para puderem usufruir plenamente dela tendo assim melhor qualidade de vida. “ Amélia Pacheco
Música sugerida por Artur Gomes
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